Inicia-se o campeonato 2025

Manga única no Sábado dia 22 de Fevereiro vencida pelo Vasco Monteiro, com boas condições para um trajecto de 17.8 km entre os Canhas e o Loreto.

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parapente prova 2025 Fevereiro.jpg

7 pilotos apresentaram-se ao desafio, marcado pela ausência do bi-campeão em título por indisponibilidade de calendário. 
Manga vencida pelo Vasco Monteiro, que começou a voar há relativamente pouco tempo mas já tem dado mostras que sabe "trabalhar com as ferramentas".

2025-02-22  Race to Goal 17.8 km

Provisório

# Name Time
[h:m:s]
Speed
[km/h]
Distance
[km]
Dist.
Points
Lead.
Points
Time
Points
Total
1 Vasco Monteiro 01:04:12 15.7 17.79 365.1 162.0 472.9 1000.0
2 Nuno Aguiar 01:05:46 15.4 17.79 365.1 133.9 450.9 949.9
3 Evandro Amaro 01:06:34 15.2 17.79 365.1 137.6 441.8 944.5
4 Jorge Abreu 01:27:52 11.5 17.79 365.1 99.7 261.1 725.9
5 Antonio Freitas 01:30:29 11.2 17.79 365.1 89.7 241.8 696.6
6 Joao Quintal 01:30:37 11.1 17.79 365.1 68.4 240.8 674.3
7 Ivone Silva 8.18 167.9 167.9
8 Marco Pestana 3.00 61.6 61.6

Esta tabela é provisória porque falta 1 tracklog. Pode alterar um pouco a pontuação final mas não altera as posições cimeiras.
Para mais detalhes ver os resultados aqui

História da prova

Previsão

Tefigrama para 2025-02-22 12.00.jpeg
Previsão para o Sábado

A previsão dava tecto cerca dos 1000m e curva de estado (temperatura do ar ao longo da altitude) boa. O vento meteorológico seria de nordeste até aos 18 km/h + aceleração Venturi gerada pela ilha com tendência a rodar para leste. O refluxo dos rotores da ilha deveria vir de sudoeste. Confirmou-se a previsão em todos os aspectos.
Era visível o vento meteorológico estava a passar ao largo do Cabo Girão, marcado por uma linha de nuvens sobre a fronteira com o refluxo do rotor.

Desenho da manga

Screenshot_20250221_225547_XCTrack.jpg

O desenho da manga visava um Start com todos os participantes já em voo e uma série de balizas que obrigassem os pilotos a se guiarem pelo seu instrumento de navegação. Tinha 3 secções com dificuldade ascendente que ligava Madalena do Mar, Loreto e Canhas num trajecto total de 17.8km na distância mais curta entre balizas.

A janela de descolagem foi marcada para as 13:15h e sem fecho para permitir outros pilotos que pudessem chegar mais tarde. Mas devido a trânsito na descolagem só começámos a sair pelas 13.30h.
O start estava marcado para as 14.00h. A essa hora practicamente todos os pilotos estavam no ar à excepção da companheira Ivone que só conseguiu descolar pelas 14.15h por compromissos profissionais.
O sentido de rotação definido foi para a direita (Até à 2ª baliza, ou seja a 1ª baliza após o Start).

Decurso da manga

IMG_20250222_134711.jpg
Manga a decorrer vista dos Canhas (por Ruben Teixeira)

Secção 1

Seccao 1 Screenshot_20250223_145100_XCTrack.jpg
Secção 1 da manga

A 1ª secção era um triangulamento ao longo da extensão da Madalena do Mar. 

  1. Começou com Start Out com 1000m centrado na antiga aterragem junto à promenade e bar da Srª Maria. Este Start obrigava os pilotos a saírem deste círculo para o lado leste da Madalena ou a passar para o Arco da Calheta após a hora do Start.
  2. Cumprido o start a baliza seguinte era no mesmo ponto mas com um raio inferior de 400m puxando os pilotos para o lado oeste. 
  3. Baliza centrada no cais da Madalena do Mar com 400m de raio levando para a ponta leste.
  4. Regresso à descolagem.

  Praia Maria
Piloto Tp 2 4BF000 1000m
Nuno Aguiar 14:00:01
Vasco Monteiro 14:00:13
Evandro Amaro 14:00:25
Jorge Abreu 14:00:27
João Quintal 14:01:11
Antonio Freitas 14:02:00
Ivone Silva 14:15:54

Ordem de passagem no Start (estar fora da baliza)
Nota: O Start é TP2 porque TP1 é a baliza da descolagem.

Aqui o Nuno Aguiar puxou da sua experiência e fez o Start apenas 1 segundo depois da hora de partida.

Praia Maria
Piloto Tp 3 4BF000 400m
Vasco Monteiro 14:02:24
João Quintal 14:02:29
Nuno Aguiar 14:02:55
Evandro Amaro 14:02:57
Antonio Freitas 14:03:15
Jorge Abreu 14:05:23
Ivone Silva 14:20:49

Ordem de passagem na 2ª baliza

 No entanto foi o Vasco Monteiro que inaugurou a 2ª baliza.

  Cais Madalena
Piloto Tp 4 4BB000 400m
João Quintal 14:04:26
Vasco Monteiro 14:05:15
Evandro Amaro 14:08:36
Nuno Aguiar 14:08:54
Jorge Abreu 14:08:55
Antonio Freitas 14:09:14
Ivone Silva 14:22:46

Ordem de passagem na 3ª baliza no Cais da Madalena

  Descolagem
Piloto Tp 5 4DA040 400m
João Quintal 14:05:56
Vasco Monteiro 14:06:20
Evandro Amaro 14:09:40
Nuno Aguiar 14:09:59
Jorge Abreu 14:10:07
Antonio Freitas 14:10:25
Ivone Silva 14:24:03


Para a 3ª baliza no cais e 4ª baliza na descolagem o João Quintal tomou a dianteira. Tudo muito concorrido até este momento.

Secção 2

Seccao 2 Screenshot_20250223_144735_XCTrack.jpg
Secção 2 da manga

A 2ª secção aumentava o nível de dificuldade.

  1. Baliza de 400m centrada no restaurante Costa Verde.
    Esta baliza obriga a atravessar o vale contra o vento com consequente perda de altitude. Além disso obriga ir para o sotavento da Achada de Santo Antão, o que implica descendente adicional e eventualmente alguma turbulência.
  2. Baliza de 400m centrada nas antenas de rede móvel no Caminho do Lombo de São Tiago, nos Canhas. A meio caminho entre a Madalena e a Ponta de Sol.
    Ir a esta baliza implica que o regresso à Madalena do Mar é contra vento. Se a ida lá for com pouca altitude pode já não conseguir voltar a ganhar altitude para continuar o voo.
  3. Baliza de 400m centrada na Igreja do Loreto, o que implica passar para o Arco da Calheta e ganhar bastante altitude.
    Esta travessia costuma ser difícil, especialmente para as asas com menor performance. O ganho de altitude mais significativo é feito mais para o interior do Arco da Calheta mas é necessário subir até lá. O que também costuma ser um processo lento. Quem conseguisse fazer esta travessia e subir até aos 800m primeiro teria a vantagem.

  Costa Verde
Piloto Tp 6 5BH042 400m
Vasco Monteiro 14:14:05
Evandro Amaro 14:15:00
Nuno Aguiar 14:15:00
Jorge Abreu 14:15:01
Antonio Freitas 14:15:58
João Quintal 14:24:47
Ivone Silva 14:31:59

Ordem de passagem na baliza 5 Costa Verde

A ida aos 400m do Costa Verde foi liderada pelo Vasco Monteiro seguido pelo Nuno Aguiar e Evandro Amaro que fizeram esta baliza no mesmo segundo mas 55 segundos depois do Vasco. Isto implicou uma perda de altitude que era necessário recuperar e mais do que isso, garantir altitude para a baliza nas antenas da rede móvel nos Canhas (São Tiago).

  Antenas Canhas
Piloto Tp 7 4BA028 400m
Jorge Abreu 14:21:01
Nuno Aguiar 14:21:22
Evandro Amaro 14:21:28
Vasco Monteiro 14:22:11
Antonio Freitas 14:24:20
João Quintal 14:38:42
Ivone Silva 14:44:20

Ordem de passagem na baliza 6 Antenas Canhas


O Nuno Aguiar mais acima e o Jorge Abreu logo depois subiram bem num ciclo de térmica oportuno, com alguma deriva. O Jorge Abreu arrancou primeiro para as antenas e passou para a dianteira da corrida, mas seguiu numa linha atrás da parede que lhe custou uma perda de altitude suplementar. O Nuno Aguiar seguiu-o mais alto e por isso menos afectado.
O Evandro Amaro também arrancou para a baliza, mais baixo mas pela frente da parede perdendo menos altitude no processo. O Vasco Monteiro vendo que o Evandro Amaro não perdia muita altura seguiu-o. Estes 4 pilotos picaram a baliza num intervalo de 1m10s.

O João Quintal ao picar a baliza do Costa Verde leu no GPS que a baliza seguinte era Antenas e pensou que fosse para as antenas no Rochão. Então passou para o Arco da Calheta e começou a recuperar altitude. Só reparou no erro de navegação depois, ao ver que o GPS apontava para as antenas nos Canhas. Teve de voltar para trás (Ainda assim conseguiu recuperar muito rapidamente e completar a manga. É de louvar).

Mas agora vinha a travessia para o Arco da Calheta. Quem conseguisse passar primeiro tinha grandes hipóteses de se destacar na frente. Por outro lado, passando demasiado baixo poderia terminar o voo por ali.
Foi aqui que o Vasco Monteiro jogou o trunfo e decidiu arrancar para a travessia, ainda que houvessem outros com mais altitude.

O Evandro Amaro viu o Vasco a conseguir passar e também arrancou com cerca de 550m de altitude dos Canhas que deram à justa. Agora era tentar subir já no Arco da Calheta, mas não estava fácil. Eram ciclos curtos de térmica. Era preciso ir ganhando altitude e ir-se chegando cada vez mais para dentro do vale do Arco até chegar à zona de árvores.
Uma fogueira no Arco da Calheta produzia fumo que mostrava onde se subia. 

Secção 3

Seccao 3 Screenshot_20250223_145734_XCTrack.jpg
Seccão 3 da manga

A 3ª secção começa depois de ganhar altitude no Arco da Calheta e seguir para a baliza da Igreja do Loreto. O restante seria mais acessível com as condições existentes.

  1. Baliza de 400m da Igreja do Loreto (referida na secção 2)
  2. Baliza de 400m centrada na Igreja do Arco da Calheta
  3. Baliza de 400m centrada nas Antenas do Rochão
  4. Baliza de 1000m centrada no Lombo Brasil
  5. Baliza de 400m no Campo de Futebol dos Canhas (End of Speed Section)
  6. Golo de 400m metros centrado na aterragem oficial

O Vasco Monteiro de facto conseguiu chegar à térmica e a partir daí já não foi possível apanhá-lo. Restava a luta para o 2º lugar.

O Nuno Aguiar demorou mais algum tempo a passar para o Arco da Calheta para ganhar altitude e passar mais confortavelmente. Isso permitiu apanhar o Evandro Amaro que passou esse tempo a recuperar altitude.
Foram ambos até ao interior do Arco, onde o Evandro apanhou a térmica primeiro mas o Nuno Aguiar logo seguiu e subiu de forma mais eficaz.

  Loreto
Piloto Tp 8 5BF038 400m
Vasco Monteiro 14:46:32
Evandro Amaro 14:52:41
Nuno Aguiar 14:53:19
João Quintal 15:03:55
Jorge Abreu 15:04:22
Antonio Freitas 15:08:55
Ivone Silva

Passagem pela baliza 7 Loreto

  Igj Arco Calheta
Piloto Tp 9 5BG026 400m
Vasco Monteiro 14:47:56
Evandro Amaro 14:53:39
Nuno Aguiar 14:54:04
João Quintal 15:04:50
Jorge Abreu 15:05:18
Antonio Freitas 15:09:30
Ivone Silva

Passagem pela baliza 8 Igreja do Arco da Calheta

  Antenas Rochão
Piloto Tp 10 5BD073 400m
Vasco Monteiro 14:52:42
Evandro Amaro 14:55:13
Nuno Aguiar 14:55:31
Jorge Abreu 15:09:03
Antonio Freitas 15:11:48
João Quintal 15:12:12
Ivone Silva

Passagem pela baliza 9 Antenas do Rochão

  Lombo Brasil
Piloto Tp 11 5BE047 1000m
Vasco Monteiro 14:57:04
Evandro Amaro 14:59:23
Nuno Aguiar 14:59:24
João Quintal 15:18:10
Antonio Freitas 15:18:48
Jorge Abreu 15:19:32
Ivone Silva

Passagem pela Baliza 10 Lombo Brasil

  {ESS} Campo Canhas
Piloto Tp 12 4BC056 400m
Vasco Monteiro 15:04:12
Nuno Aguiar 15:05:46
Evandro Amaro 15:06:34
Jorge Abreu 15:27:52
Antonio Freitas 15:30:29
João Quintal 15:30:37
Ivone Silva

Passagem pelo ESS - Campo de Futebol dos Canhas

  {Golo} Aterragem
Piloto Tp 13 4AA000 400m
Vasco Monteiro 15:07:08
Nuno Aguiar 15:07:34
Evandro Amaro 15:08:31
Jorge Abreu 15:30:26
Antonio Freitas 15:33:29
João Quintal 15:33:26
Ivone Silva

Chegada ao golo, baliza centrada na aterragem oficial

O Evandro arrancou antes do Nuno Aguiar picando a baliza do Loreto, Igreja do Arco, Antenas do Rochão e Lombo Brasil mas este foi acelerando para recuperar caminho e conseguiu passar para 2º lugar a caminho do ESS no campo e golo na praia.

Alguns aspectos a relevar

  1. A estratégia de fazer o Start a partir do Arco da Calheta poderia ter resultado bastante bem se tivesse passado 20-25 minutos antes do Start, para dar tempo ganhar altitude no Arco da Calheta.

  2. O ESS era o campo de futebol. Significa que a contagem da ordem de chegada termina ali. Para a baliza seguinte que era o golo, bastava só chegar para contar a distância total, independentemente da ordem de passagem. Havemos de introduzir este modelo mais vezes.

  3. O objectivo para a parte final da manga é apontar para a altitude "mínima" que permita chegar ao ESS e golo em segurança. Tudo o que se tenha de altitude a mais do que isso é um "desperdício". Para chegar a este ponto há que conhecer bem o que a "casa" gasta, ou seja o nosso equipamento e as ascendentes que teremos pelo caminho. É um processo que requer muitas repetições e como tal, leva o seu tempo.
    O GPS pode ser configurado para dar a dica neste sentido.

  4. O Vasco está bem encaminhado e quando conhecer melhor a zona pode aproveitar melhor as condições locais. Apesar de ter-se destacado na passagem para o Arco da Calheta com um avanço de quase 7 minutos na passagem pelo Loreto, a diferença no ESS (Campo de Futebol) foi apenas cerca de 1m30s. Tem espaço para melhorar jogando com esse conhecimento local e mais alguma experiência.

  5. O João Quintal, apesar do erro de navegação recuperou de forma fantástica. Depois de ter subido aos 900m+ nos Canhas para transitar para o Arco, ainda picou o Loreto em 4º posição. Depois garantiu sempre bastante altitude para o resto do percurso, o que lhe fez perder algum tempo mas dava-lhe garantias.

  6. A Ivone iniciou o voo cerca de 30 minutos depois de todos terem descolado e fez Start 15 minutos depois do resto. No entanto despachou-se bem a fazer o trajecto. Se tivesse continuado a transição para o Arco da Calheta talvez teria passado com cerca de 300m de altitude (como o Vasco e o Evandro).
    Ter voltado para trás também não foi uma má decisão pois jogou pelo seguro. Só quem está lá no "estofo" da cadeira é quem sabe melhor.
    Mas sabemos que ela é capaz. 1 semana antes ela foi dos Canhas até à Praia Formosa em voo solitário com uma asa de homologação EN A+. Está com um nível top.